Luis Felipe Miguel
Graças à manobra realizada para impedir que Dilma nomeasse novos ministros do Supremo, com o aumento da idade da aposentadoria compulsória, Temer tinha a expectativa de não indicar ninguém. A morte de Teori Zavascki lhe concede uma vaga.
Enquanto a massa de manobra da direita nas ruas se atiça com a
ideia de colocar o justiceiro das araucárias no STF e uns e outros propõem a pitonisa da USP, o favorito mesmo parece ser Alexandre de Moraes. O receio do usurpador parece ser a reação da opinião esclarecida diante da escolha.
Não é que Moraes seja necessariamente pior do que outros nomes - por exemplo, vejo Ives Gandra Martins em algumas listas de apostas, um reacionário visceral, e talvez ele fosse ainda mais nocivo. Mas é que o atual ministro da Justiça não preserva um verniz mínimo de respeitabilidade profissional. Caso nomeado, juntar-se-á a Gilmar Mendes (escolhido por FHC) e Dias Toffoli (escolhido por Lula) na lista dos ministros que chegaram ao Supremo sob o desprezo quase unânime dos meios jurídicos.