Claudio Guedes
Jornalismo mentiroso, jornalismo que incentiva a violência!
O nome dele é Vinicius Mota, o cargo: secretário de redação da Folha de S. Paulo, portanto segundo homem da hierarquia do jornal. Trabalha diretamente com o editor e dono do diário, Otávio Frias.
Sua coluna na Folha de hoje (5/09) é um exemplo do poder de manipulação da imprensa e do mau-caratismo profundo que, infelizmente, domina atualmente grande parte da mídia nacional.
O título da matéria é: "Dilma insufla o ódio nas ruas e vai morar em Ipanema"
Quando que a presidente Dilma, a chefe de estado mais ofendida, de forma grotesca, baixa e vulgar, durante anos, incentivou ou reagiu de forma violenta à qualquer agressão ou grosseria que sofreu?
Quando?
Nem ontem, nem hoje. Nunca. Podem até acusar a presidente de outros "pecados". Desse, jamais!
Seus governos foram marcados pela tolerância e pelo comportamento democrático. Sempre.
Não satisfeito em mentir, ofender uma presidente que sempre se portou com lisura e correção na defesa da democracia, Vinícius Mota, mente sobre o PT, fabricando a tese que o partido - sim, ele fala do partido como um todo, sequer particulariza sua leviana acusação - "arrependeu-se de não ter infiltrado sua ideologia nas forças armadas" e que "lamentou-se por não ter favorecido a ascensão de oficiais alinhados ao
partido".
Não sou do PT, nunca fui, mas tenho acompanhado a vida política do país com atenção nas últimas décadas, e nunca vi ou ouvi tal disparate ser defendido por nenhuma das lideranças petistas. Nunca.
Da onde o jornalista (sic) retirou essas certezas?
Não satisfeito em mentir sobre a presidente Dilma e o PT, o secretário de redação da Folha, generaliza e passa sua raiva, seu desprezo fabricado, às esquerdas em geral. Diz ele: "A esquerda brasileira, da velha e da nova geração, não sepultou a violência política."
Violência política? Depois de 14 anos de governos que promoveram a liberdade? Que promoveram a luta pacífica e generosa contra os preconceitos? Que respeitaram a mais ampla liberdade partidária de toda a nossa história republicana? Que trataram os adversários, mesmo os trogloditas, com muito respeito?
Qual a aderência à realidade das afirmações do jornalista?
Em que país Vinicius Mota viveu os últimos anos?
A frase final que fecha o seu artigo é uma provocação inaceitável, pelo preconceito que destila, pela grosseria cometida contra uma mulher digna e honrada: "Dilma Rousseff pronuncia a fatwa e vai morar em Ipanema."
O que é isso?
Mesmo percebendo as mudanças na Folha de S. Paulo nos últimos anos, que o afasta do jornal democrático e imparcial que já foi no passado, acho que o passo dado por Vinicius Mota hoje foi excessivo.
Otávio Frias rasgará o seu passado e o enterrará embaixo da infâmia se não demarcar uma nítida e clara separação desse jornalista. Não é um jornalista, sequer se comporta como um jornalista de direita, um reacionário, este que assina a coluna que comentamos comporta-se como um canalha.