Claudio Guedes
Aumenta o déficit civilizatório...
Aumenta o déficit civilizatório...
Vejo agora no UOL, 2/11, que "a famosa definição de que "bandido bom é bandido morto" tem a concordância de 57% da população brasileira, segundo pesquisa do Datafolha divulgada nesta quarta-feira (2), contratada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Os dados fazem parte do 10° Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que será divulgado nesta quinta-feira (3)".
Não à toa.
Para "às botinadas" derrotarem um partido político e suas principais lideranças - pois apesar das deficiências deles no voto não lograram êxito - as forças liberais e conservadoras se juntaram à direita reacionária e promoveram uma campanha de ódio e de ataque aos avanços democráticos e civlizatórios conquistados no país nos últimos anos. Para alcançarem o objetivo utilizaram a justiça, os meios de comunicação e o Congresso - atropelando a democracia, rasgando a Constituição, interpretando leis ao sabor do momento.
Uma campanha sórdida, que contou com o apoio explicito dos barões da mídia - mesmo a parcela que julgávamos mais progressista, como a família Frias, que abandonou não só o bom jornalismo, mas os escrúpulos também. Cúmplices de canalhas.
Agora vamos todos pagar um preço altíssimo pelo retrocesso. Claro que a maior parte da conta vai para o "andar de baixo". O novo bloco político hegemônico já deixou claro que vai privilegiar, ainda mais, o grande capital e os mais ricos.
Mas não só. Os que entraram na tramoia por oportunismo, por cálculo político, pensando que alimentariam a "serpente" e na hora de assumir o poder afastariam os inconvenientes terão uma surpresa ingrata. Os Doria, Greca, Kalil e Crivella estão no poder. O discurso banal atrai multidões, a demagogia e o linchamento dos políticos (como se existissem não-políticos fazendo política !!!) são combustíveis sempre usados por oportunistas para acalmar frustrações. Tempos sombrios nos aguardam.
Reagir a todo e a qualquer retrocesso. Reagir a todo e a qualquer ato de violência contra a democracia, reagir a todo e qualquer ato de violência contra a juventude (que não aceitará inerte o desmonte de suas parcas esperanças), é o caminho que nos resta. Caminho árduo.