Exportações de carne despencam após operação da PF contra frigoríficos
DANIELA LIMA EDITORA DO 'PAINEL' RENATA AGOSTINI DA FALHA DE S. PAULO
DANIELA LIMA EDITORA DO 'PAINEL' RENATA AGOSTINI DA FALHA DE S. PAULO
De US$ 63 milhões por dia a US$ 74 mil. Essa foi a queda das exportações brasileiras de carne registradas pelo Ministério do Desenvolvimento.
Os números foram apresentados ao Palácio do Planalto nesta quarta-feira (22).
O valor de US$ 74 mil representa, segundo o ministério, toda a venda de carnes ao exterior nesta terça-feira (21). O valor corresponde a quase zero perto do movimento habitual do setor.
O dado foi interpretado como um sinal evidente da cautela dos importadores estrangeiros diante da crise no setor, apesar dos esforços do governo para derrubar barreiras à compra do produto nacional.
Há a avaliação de que os compradores aguardam um desfecho para o caso, com medo de comprarem carnes do Brasil e serem obrigados a manter os produtos estocados nos portos de destino, o que implicaria em altos custos de armazenamento.
PRIORIDADE
Nesta terça, ao visitar no Paraná um dos alvos da operação, o ministro Blairo Maggi (Agricultura) afirmou que pretende encerrar em até três semanas as investigações nos 21 frigoríficos investigados pela Polícia Federal.
A prioridade é liberar as seis unidades (dentro do grupo de 21) que realizaram exportações nos últimos 60 dias.
O ministério informou ainda que há três unidades sob investigação que estão proibidas de vender inclusive para o mercado brasileiro –duas no Paraná e uma em Goiás.
Embora só 6 das 21 unidades fizeram exportações nos últimos 60 dias, todas elas estão com as vendas para o exterior suspensas. O ministro afirmou, na terça, que o bloqueio é uma forma de mostrar aos importadores que existe "cautela" e "responsabilidade".
"Para nós, não há diferença entre consumidores, brasileiros ou estrangeiros. Mas não precisamos suspender as vendas internas, porque não há problemas sanitários", disse Maggi.