O Laurenti Beria das araucárias

Luis Felipe Miguel

O pedido da defesa de Eduardo Guimarães - de que Sergio Moro se considere impedido de julgá-lo, uma vez que é seu desafeto notório, contra quem o juiz apresentou até mesmo uma representação junto à Polícia Federal - não é só razoável. É evidente, é uma questão de simples bom senso. Mas é claro que não comoverá o Laurenti Beria das araucárias. Não por falta de bom senso, mas por seu complexo de onipotente.

Ao mesmo tempo, é irritante ver como um jornal
como a Folha continua dando curso à informação de que o blogueiro teria ameaçado Moro de morte. Guimarães tuitou: "Os delírios de um psicopata investido de um poder discricionário como Sergio Moro vão custar seu emprego, sua vida". Tudo bem que falta mais interpretação de texto do que amor nesse mundo, mas é fácil entender que ele se referia ao emprego e à vida do leitor. Ainda mais que o tuíte vinha com o link para um artigo intitulado "Direita prefere destruir o país a aceitar justiça social".

Aliás, mesmo que fosse cabível a outra interpretação, seria mais razoável entendê-la como uma expressão retórica, não como uma ameaça.

Não costumo ler Eduardo Guimarães e, quando leio, não costumo gostar. Não importa. O cerco a ele é uma das demonstrações mais claras de que realmente entramos num estado de exceção.

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